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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Seu animal de estimação tambem pode ter câncer!!!

Câncer: entenda o que é

Câncer é o nome dado à proliferação desordenada de células de qualquer tecido do organismo. Esse crescimento desordenado causará danos ao funcionamento dos órgãos comprometidos e, consequentemente, com o avanço da doença, a morte do indivíduo.

O grande problema do câncer é que pode ocorrer a metástase, ou seja, uma célula do tecido ou órgão doente vai se instalar e multiplicar-se em outros órgãos através da corrente sanguínea. O local mais comum e que é afetado pela maioria dos tipos de câncer é o pulmão. Daí a importância de se fazer um raio-X pulmonar, para verificar se esse órgão vital já está afetado quando da detecção de qualquer câncer. A extensão da doença e o tempo de vida que o animal terá, vão se basear muito nesses dados.

O câncer é uma doença temida, e sinônimo de morte para alguns. Nem sempre isso é verdade. Se conseguirmos detectar a doença em fases iniciais, o animal poderá ser tratado e o tumor retirado cirurgicamente antes que ocorra a metástase. Há chances de prolongamento da vida do animal nesses casos, porém, mesmo com esses procedimentos, a metástase pode já ter ocorrido (mas não estar evidente) e vir a se manifestar mais tarde.

Nem todo tumor é câncer. Os tumores benignos, porém, quando começam a crescer rapidamente, devem ser retirados, pois podem tornar-se malignos.

Os sinais clínicos de um animal com câncer variam muito com o tipo de tumor. No caso do osteossarcoma (tumor ósseo), por exemplo, a fratura de um osso pode estar ligada ao tumor, uma vez que há destruição da estrutura óssea. Os linfomas (tumor nos gânglios), em sua forma mais comum, revelam aumento de um ou mais gânglios. Apesar das várias manifestações que o animal possa ter, muitas vezes, o cão com câncer apresenta apenas perda de peso, antes que sinais mais graves apareçam.

O diagnóstico do câncer é feito através da retirada e análise da massa tumoral (biópsia), exames de raio-X, ultra-sonografia e exames de sangue.

Em termos de tratamento, dependendo do tipo de tumor e do estágio da sua evolução, ele pode ser cirúrgico e/ou medicamentoso. A quimioterapia é usada em cães em alguns tipos de câncer, mas essas drogas, além de matarem as células tumorais, deprimem a medula óssea, causando efeitos indesejáveis.

A radioterapia é usada também em animais, mas ainda não está disponível em nosso país. Num tratamento de quimioterapia, o animal tem que ser monitorado com exames de sangue semanais, para se verificar qual está sendo a ação da droga no organismo, e se o tratamento pode ser continuado. Todo esse monitoramento, associado aos medicamentos, dietas especiais e etc, tornam o tratamento bastante oneroso. Durante o tratamento, não há queda de pêlos em animais com pelagem curta, podendo isso ocorrer em pequena proporção em cães de pêlos longos.

Não há predileção de sexo, mas algumas raças são mais acometidas que as outras. Geralmente, o câncer aparece em animais mais velhos. Ainda não se sabe se algum fator genético está envolvido, nem as razões pelas quais se dá o início da multiplicação desordenada das células. Também não há meios de se prevenir o câncer em animais. Um diagnóstico precoce, que nem sempre é possível, é a única maneira de se enfrentar o câncer com possibilidades de prolongamento da vida do animal e, em algumas vezes, a cura.

Linfoma (ou linfossarcoma)

O linfoma é uma doença de caráter maligno que acomete os linfonodos (gânglios), e se estende para outros órgãos como baço, fígado, pulmões e rins. Animais a partir de 7 anos de idade são os mais afetados. A forma mais comum do linfoma se inicia por um aumento dos gânglios, principalmente aqueles localizados abaixo da mandíbula.

Perda de peso e diminuição do apetite também podem ser notados. Com a progressão da doença, todos os outros gânglios, internos ou periféricos, são afetados e ficam bastante aumentados, podendo causar incômodo para o animal. Outras formas da doença, menos comuns, aparecem com sinais digestivos (vômito e diarréia), respiratórios (quando há metástase pulmonar) ou cutâneos.

O linfoma é um tumor maligno, mas pode ser tratado visando o prolongamento da vida do animal. Não existe cura. O diagnóstico é feito através do exame clínico, análises dos gânglios (biópsia ou citologia por aspiração), ultra-sonografia, raio-X e exames laboratoriais.

O tratamento usado é a quimioterapia e a radioterapia, mas esta última ainda não está disponível no Brasil para uso em animais. A associação de várias drogas irá promover, em muitos casos, a diminuição dos gânglios e melhora no estado geral do animal. Porém, todos esses medicamentos, além de matar as células do tumor, atingem outras células que se proliferam rapidamente como as células sanguíneas e de defesa (glóbulos brancos). Com isso, o animal poderá ter anemia e baixíssima resistência durante o tratamento com quimioterapia. Por esse motivo, o animal que está fazendo quimioterapia deve ser monitorado com exames de sangue frequentes, o que torna o tratamento caro. As drogas também podem causar efeitos colaterais como diarréias e vômitos. A expectativa de vida de um animal com linfoma é muito variável.

Se não for tratado, o cão não resistirá mais do que 6 ou 8 semanas. Com a quimioterapia, o animal poderá ter uma sobrevida bem mais longa, variando de 2 meses até 2 anos. Apesar de todo o tratamento, com o passar do tempo o tumor irá se tornar resistente às drogas, o cão voltará a ter os sintomas e irá a óbito em decorrência da doença. Infelizmente, não há prevenção para o linfoma.

Devemos tratar o animal até o momento em que a doença ou o próprio tratamento cause danos ao organismo incompatíveis com a vida e que levem o cão ao sofrimento. Só nesse momento o sacrifício é indicado.


Noções gerais sobre tumores

Nossos animais, assim como nós, não estão livres de serem acometidos por tumores. Eles podem ser benignos ou malignos, e podem afetar vários órgãos do corpo.

É importante que o proprietário observe bem seu animal de estimação, para notar o aparecimento de qualquer alteração. Essas alterações podem ser externas e bem evidentes, como tumores de pele ou tumores das glândulas mamárias, mas podem ser internas e mais difíceis de serem observadas, como neoplasias em fígado e baço, entre outros órgãos.

Ocorrência bastante comum na clínica de pequenos animais é o aparecimento de tumores de mama em cadelas (principalmente idosas e que nunca deram cria). Eles podem ser benignos ou malignos. Se malignos, pode ocorrer a metástase (focos da neoplasia em outras partes do organismo), que pode causar sérios danos à paciente. Uma das localizações mais comuns das metástases destas neoplasias são os pulmões.

Tumores de pele são bastante frequentes na clínica. O aparecimento de alguma lesão "estranha" no pelame de seu cão deve ser comunicado ao veterinário, pois alguns tumores são malignos e devem ser retirados sem demora.

Fique de olho em sintomas como evidente perda de peso sem causa definida, pêlos opacos e que caem facilmente, apatia, dificuldade respiratória... São sintomas genéricos, mas podem estar ligados à presença de neoplasia interna. Nestes casos, só o médico veterinário poderá diagnosticar a presença da doença através da história e exames clínicos, associados à realização de exames laboratoriais (como análises clínicas, raio-X, exame ultra-sonográfico, etc..)

Muitos tumores, mesmo sendo malignos, se diagnosticados a tempo podem ser tratados e/ou retirados, e o animal pode voltar a ter uma vida normal.

Tratamento de câncer em animais

Cães e gatos também podem ter câncer?

Câncer é um termo que define os tumores malignos. Os cães e gatos estão também propensos a desenvolver este tipo de patologia. Nós, médicos veterinários, estamos constatando que com o passar dos anos a casuística de tumores em geral tem aumentado, isto porque a expectativa de vida das espécies de companhia também tem aumentado.

Quais os tipos de cânceres mais comuns nessas espécies?

Dentre todos os tipos de cânceres podemos destacar os carcinomas cutâneos (tumores malignos de pele), comuns tanto nos cães como nos gatos, principalmente nos felinos despigmentados, isto é, animais que não possuem pigmentação protetora à incidência solar, sendo as áreas sem pêlos da face as mais vulneráveis.

Os sarcomas (tumores malignos originados do tecido muscular, adiposo e ósseo) também apresentam uma incidência relativamente alta, porém, em nossa casuística brasileira, são mais vistos em cães.

Os tumores do tecido hematopoiético, assim como os linfomas e leucemias, também acometem tanto cães como gatos, principalmente gatos infectados pelo vírus da leucemia felina (FeLV).

Finalmente, os tumores do sistema nervoso são menos frequentes.

Há tratamento para o câncer em animais ou o sacrifício é a única alternativa?

O tratamento dos cânceres pode ser inicialmente dividido em terapêutica curativa e paliativa. Os métodos da terapêutica curativa são a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia.

O tratamento paliativo diz respeito a tratar os sintomas e ou disfunções da patologia base (ex: alívio de dor, correção de alterações metabólicas, remoção de obstruções, etc). O fato de um paciente ser portador de um tumor não passível de cura não, necessariamente, indica que este animal deva ser submetido à eutanásia, desde que o mesmo apresente boa qualidade de vida.

A cirurgia para remoção de um tumor maligno (câncer) pode acabar definitivamente com a doença?

A cirurgia é o método de tratamento que oferece os melhores resultados de cura (exceto nos casos de tumores hematopoiéticos), porém a técnica cirúrgica deve compreender a remoção de margens de segurança (remoção de tecido sadio periférico ao tumor) e, se necessário, exerese dos linfonodos regionais que drenam a área. Infelizmente muitas cirurgias são mutilantes, pois o resultado estético não é o mais importante.

Em que casos usamos a quimioterapia?

A quimioterapia é o tratamento de eleição para os linfomas e leucemias. Também utilizamos a quimioterapia como tratamento adjuvante (auxiliar a outra modalidade terapêutica, principalmente à cirurgia) para os tumores com potencial de metástase, por exemplo: osteossarcoma, hemangiossarcoma, melanoma, etc.

Como é feita a quimioterapia em animais?

Os quimioterápicos são, na sua maioria, medicamentos injetáveis. Algumas poucas drogas podem ser administradas por via oral.Os pacientes submetidos a sessões quimioterápicas recebem, antes e após a droga injetável, um período de fluidoterapia (administração de sôro), isto porque as drogas são muito tóxicas, desta forma não é desejável que haja acúmulo no organismo. O tempo de duração de cada sessão depende do protocolo utilizado (associação de drogas). Alguns protocolos exigem um período de fluidoterapia de maior ou menor duração.

A quimioterapia em cães e gatos causa os mesmos efeitos colaterais que no humano? Os animais, por exemplo, perdem os pêlos?

Os efeitos colaterais vistos nos cães e gatos são menos severos do que os vistos em pacientes humanos. Isto porque, em medicina, a cura é o principal objetivo do tratamento, enquanto que em veterinária, muitas vezes a qualidade de vida do paciente é mais importante do que a cura da doença. Para isso, utilizamos doses menores e protocolos menos agressivos.

Alopecia (queda de pêlos) em pacientes veterinários ocorre de forma localizada, e não generalizada como nos pacientes humanos, sendo que as raças que apresentam crescimento contínuo de pêlos (ex: poodle, cocker) são as mais afetadas.

Os efeitos colaterais inespecíficos da quimioterapia, mais importantes do que a alopecia, são: vômitos, anorexia, diarréia, perda de peso, alterações estas que podem ser controladas com medicação. Os efeitos colaterais considerados específicos dizem respeito à toxicidade de um determinado órgão pelo uso de certas drogas, como por exemplo: cardiotoxicidade consequente da utilização de doxorrubicina, e nefrotoxicidade pelo uso da cisplatina.

Em que casos podemos usar a crioterapia?

A crioterapia é o método pelo qual podemos causar a morte de células neoplásicas por meio de congelamento. Os principais tumores sensíveis a este tratamento são pequenas lesões cutâneas ou localizadas nas mucosas oral ou perianal, como papilomas (tumores cutâneos benignos), carcinomas basocelular e espinocelular, mastocitomas cutâneos (tumores originados de células mastocitárias) ou mesmo lesões remanescentes do tumor venéreo transmissível canino (TVT) após quimioterapia.

É importante salientar que o diagnóstico precoce é o desejado. Por razões óbvias, é muito mais fácil alcançar a cura em casos iniciais. Para isso, é importante que o clínico tenha consciência que os procedimentos de biópsia são importantes, mesmo que trate de pequenos nódulos, aparentemente benignos. As informações provenientes de um laudo histopatológico (biópsia), associadas às informações clínicas, são pontos importantes na determinação da conduta terapêutica, seja ela clínica, cirúrgica ou combinada.


Dra. Renata Afonso Sobral
médica veterinária - (CRMV SP 8720)

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